quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

Até que os filhos saem de casa!


Os filhos nascem, e aqueles jovens pais que se sentiam tão despreparados para aquele momento, perceberam que havia uma grande responsabilidade em suas mãos, uma vida, um filho. Com o passar do tempo, se acostumam com a idéia de guiar essa criança no mundo, objetivando prepará-los para serem auto-suficientes e trilharem seu próprio caminho. Um dia os filhos se tornam adultos, independentes, e chega o dia: "Até que os filhos saem de casa!"

Para os filhos, é um momento marcante, mas tratado com certa naturalidade, pois é assim  que acontece com a maioria das pessoas; foi assim com os pais, com os avós, e assim por diante. Casamentos, novas experiências, até mesmo morar sozinho, ou se arriscar em novos horizontes, outros estados, países. Não é que os filhos não gostem de morar com os pais, mas existe uma sensação quando se mora com os pais, de que eles continuam sendo responsáveis por esses filhos, e por mais que esses filhos trabalhem e cuidem de suas próprias vidas, a casa dos pais será sempre a casa dos pais. 

Por outro lado, encontram-se os pais; aqueles que não sabiam bem se saberiam exercer essa função de educar, orientar. Eles ficam felizes quando conseguem cumprir a missão de criar uma pessoa independente, como muitos dizem, "prontos para o mundo e para a vida", mas a separação inevitável nesse "sair de casa" é muito mais dolorosa para os pais. Basta imaginar, coloca-se um filho no mundo, e assim, forma-se uma família; a vida desses novos pais muda completamente, e eles passam a viver o tempo inteiro com os filhos. E ficam morando juntos até o dia dessa saída do ninho, pois após os cuidados, os filhotes, agora crescidos aprendem a voar e fazem seus voos de forma independente.

A diferença é que quando os filhos partem, eles querem e precisam dessa nova etapa, mas geralmente, os pais nunca querem que seus filhos saiam de casa, no sentido de desejarem e sonharem com isso. Os pais querem o melhor para os filhos, e o melhor é que eles sigam suas próprias vidas, mas isso não significa um desejo para que eles saiam de casa. Para os filhos, é uma etapa cheia de esperança, realizações, de amadurecimento total; para os pais, é a certeza de que a velhice está chegando, que aquelas crianças cresceram, rápido demais, e se tornaram pessoas adultas; é um ponto crucial, onde você pensa, e agora, o que resta já que os filhos foram embora?

É uma sensação estranha para esses pais, já não são responsáveis pela vida dos seus pequenos, mas se sentem ainda responsáveis pelos filhos. É impossível olhar para um filho, e não ver aquela criança que ele já foi um dia. Ao mesmo tempo, percebe-se que mudanças significativas aconteceram, os filhos cresceram, os pais envelheceram.

A verdade, é que os laços de amor e de família, continuam intactos. O fato de sair de casa, não significa um esquecimento dos pais, da antiga casa, muito menos um rompimento no carinho enorme que existe de ambas as partes. É comum os filhos darem uma fugida para a casa dos pais de tempos em tempos, e os pais também irem para o novo lar dos filhos, para dar uma palpitada. Não é o fim de nada, é apenas um novo ínicio, um recomeço, de uma história que muda apenas os personagens. Um dia os que hoje são os filhos, serão os futuros pais, e o fluxo vai seguir. E o que foi vivido, nunca irá se apagar, vai continuar guardado a sete chaves, no coração, lugar de onde jamais tudo isso sairá.


segunda-feira, 21 de janeiro de 2013

Domingo


Acordo meio desnorteado pensando: que dia é hoje? Logo me dou conta de que é domingo, putz domingo. A maioria pensa isso, ô diazinho chato, depressivo; já acordo mal humorado domingo, não tenho vontade de fazer nada, domingo é um saco desde sempre! Tento entender a razão de tamanha antipatia por esse dia, dividindo o pensamento com vocês. Afinal, por que domingo é tão chato?

Lembro que o domingo sempre foi chato, mesmo em feriados e férias. Domingo não sei o que acontece, mas acho que desde pequeno, lembro que acabando domingo, a semana começava de novo. É o dia que marca o fim do descanso, que te lembra que segunda-feira está logo ali, e você terá que estudar, trabalhar, voltar a resolver aqueles problemas que você deixou para outra semana para ganhar um tempo. Para vocês terem idéia, domingo é tão chato, que todos eles no calendário, são dias marcados de vermelho!

O mais interessante nisso, é que muitos de nós tem apenas o domingo de folga, e apesar de ser o único dia de descanso, é o dia mais pesado da semana. E não gostamos do domingo por ele anteceder a filha da mãe da segunda-feira, pois ficamos deprimidos e sofremos por antecipação. Desde pequeno, me recordo que domingo era até aquele dia mais ou menos, e aí quanto mais tarde ia ficando, maior a angústia, até que começava o Fantástico e quando tocava a musiquinha no final do programa, eu pensava, já era, vou ter que dormir, amanhã começa tudo de novo!

Na verdade, acho domingo um dia injustiçado coitado, ele é muito prejudicado se pararmos para pensar. O dia preferido pela maioria das pessoas é sábado, mas as pessoas só gostam tanto do sábado, por saber que existe o domingo; e ainda se divertem sábado até tarde, invadindo a madrugada de domingo, sem dar os devidos créditos, afinal, o dia só termina quando a gente vai dormir! Domingo é necessário, mas o bichinho é chatinho demais. E dá ainda mais raiva desse dia pela música final do fantástico acabar de forma tão animada e feliz, com os apresentadores sorrindo de bem com a vida, dizendo: BOA NOITE e até semana que vem!


OBS: Se o programa fosse apresentado por este louco autor do blog, o encerramento seria mais ou menos assim:

- Sinto muito, mas não dá para esticar mais esse programa, agora vai dormir que amanhã você precisa acordar cedo, e é segunda-feira, valeu?!Força aí...

terça-feira, 15 de janeiro de 2013

Você está pronto?!


Voltando para casa, eu andava apressado por conta da chuva, e sem querer prestar atenção, mas já prestando, ouvi um rapaz falando ao celular, e ele fazia uma cara assustada, e respondia: "não sei se eu tô pronto, sei lá, não tô preparado!". Não faço idéia da conversa que acontecia naquela ligação, mas eu comecei a refletir: será que existe alguém pronto? Nós estivemos preparados para a vida, o tempo todo?

Não sei responder a isso com exatidão, mas acredito que dificilmente estamos prontos ou seguros do que estamos fazendo. Nós simplesmente enfrentamos o medo, com a confiança de que podemos ultrapassar as barreiras, resolver os problemas que se apresentarem, mas como eu disse, apenas com a confiança, nunca com a certeza de que tudo dará certo.

Penso que o melhor policial já teve medo de pegar numa arma, pela primeira vez; o médico hoje experiente, já teve medo de errar na hora de fazer o seu primeiro exame; o excelente motorista de ônibus já teve medo de ficar reprovado no exame de baliza. Indo além, até os grandes gênios não deviam se sentir prontos, apesar de terem a confiança de alcançar os resultados desejados. Por exemplo: Será mesmo que Santos Dumont, inventor do que hoje conhecemos como avião, não pensou que seu primeiro balão dirigível pudesse se espatifar no chão?

Tudo que me vem a cabeça é que realmente não fazemos idéia da maioria das coisas que estamos fazendo, e muito menos, temos noção da nossa capacidade de criação, e nem imaginamos o quanto somos capazes. Quantas vezes fazemos algo que as pessoas consideram sensacional, sem a menor intenção? As coisas simplesmente acontecem! E para acontecer, você de repente pensou algo vagamente, leu alguma coisa, teve uma idéia, foi lá e fez. Temos nossos sonhos, acreditamos e as coisas vão acontecendo, com esforço, com força de vontade, com ESPERANÇA. Não somos apenas capazes de mudar a nossa própria vida; todos nós somos capazes de mudar o mundo!

Para você que me lê e não acredita em minhas palavras, peço que pense um pouco em toda a sua história. Quanta coisa você achava que nunca conseguiria fazer, e fez perfeitamente? Quantas vezes você não se deu valor, até que todos reconhecessem um grande feito seu? A grandiosidade do que fazemos não está na repercussão que isso causa, e sim naquela sensação que bate lá dentro de si mesmo, naquela realização de fazer algo que te deixe orgulhoso de ser quem você é. E isso, nós todos podemos conseguir, basta acreditar e lutar para que o sonho se torne uma realidade!


Existia o risco desse tal "objeto voador" despencar dos céus e nunca ter voado, ridicularizando o jovem inventor. Mas Santos Dumont acreditou que poderia...o resultado vocês já sabem, ele voou!

segunda-feira, 14 de janeiro de 2013

Fogos de artifício


Som ensurdecedor, bombas explodem nos céus enquanto todos assistem à cena. Meu cachorro corre desesperado no quintal, pula na janela da sala, batendo com suas patas no vidro, em um nítido pedido de socorro. O filho do vizinho chora assustado, com medo. Vejo luzes iluminando o céu escuro, enquanto as pessoas gritam felizes: Feliz Ano Novo!

Por mais que pareça, não é uma guerra, mesmo que alguns até comemorem dando tiros para o alto em meio aos fogos de artifício. Conta a lenda que a celebração com fogos de artifício surgiu na China, e apesar de o som assutar alguns chineses, eles tinham o objetivo de espantar os maus espíritos. Com o passar do tempo, esses fogos de artifício foram sendo melhor elaborados, e hoje viraram tradição no mundo inteiro, para celebrar ocasiões especiais, sempre envolvendo algum motivo de felicidade a ser comemorado.

Em minha infância, sempre tive medo dos fogos de artifício, olhava para o céu sem chorar, mas a cada explosão, meus olhos piscavam de forma ritmada. Pudia ver que as flechas subiam e algumas caiam com violência quando voltavam ao chão. Mas podia reparar que crianças sempre choravam de medo e precisavam ser consoladas, os animais entravam em pânico; nas árvores, pássaros voavam em bando, sem direção; cachorros, gatos, corriam para baixo de qualquer superfície que pudesse escondê-los.

Trago esses pensamentos desde cedo, apesar de admirar a beleza de cores e efeitos em nosso céu, nunca consegui abstrair o sofrimento causado pelos fogos, à crianças e, principalmente, animais. Era impossível estar totalmente feliz naquele momento, enquanto crianças choravam e animais estavam em pânico. Queria ver a queima de fogos, e até queria que continuasse por mais tempo, mas em contrapartida, queria que acabasse aquilo de uma vez, para que nossas crianças e nossos bichos pudessem voltar a ficar em paz.   

Não sou um opositor dos fogos de artifício, apenas acredito que a boa diversão é aquela onde todos se divertem e ficam em paz, onde se agrada ao maior número possível de pessoas e seres vivos em geral. Será que com toda a tecnologia que temos, não é possível inventar um tipo de fogos de artifício sem o som? Ou mesmo uma outra coisa que possa ter o mesmo efeito visual, sem incomodar tanto?

Tento fazer o meu cachorro ficar calmo sempre que passo a virada do ano em casa, e digo que tudo vai ficar bem. Ainda bem que logo ele volta ao normal. Mas eu penso: "se meu cachorro falasse, como eu iria explicar que fazemos isso para comemorar?"

Ele ia rir e me dizer: "Ainda dizem que nós é que somos irracionais!"