quarta-feira, 4 de junho de 2014

Filhinho de papai


Um dia desses, uma pessoa com a intenção de me ofender, soltou comentários maldosos de que eu era um "filhinho de papai". Fiquei sabendo, e dei muitas risadas à respeito disso, e resolvi aproveitar para contar um pouco quem é o meu pai, e o que penso do assunto. Com vocês: "Filhinho de papai".

Conta a lenda, que meu pai quando criança, era um dos garotos mais arteiros da face da Terra, era expulso de escolas por aprontar na hora do recreio, por mau comportamento, vivia cercado de confusões e até hoje tem histórias super engraçadas para contar. Hiperativo e inquieto, sempre que ficava nervoso mordia a língua e falava ao mesmo tempo, andava de um lado para o outro. Mas o que poucos sabem, é que essa é apenas a fachada do meu pai.

Desde que eu tenho lembrança, só consigo enxergar quem é o sujeito por trás desse jeito dele. Acompanhou desde meus primeiros passos, até eu me tornar o cara que sou hoje, casado, dono da minha própria vida. Não teve um dia na minha vida, sequer, que ele estivesse ausente, mesmo que por mensagem, por telefonema. É um dos maiores parceiros, meu ídolo, um dos grandes poucos amigos sinceros e leais que a vida me proporcionou.

Me lembro de algumas ocasiões que mudaram a minha vida, através do exemplo dele, como a vez que ele chegou em casa, com a camisa branca coberta de sangue, e todos em casa ficaram apavorados, e ele contou com a rotineira mania de morder a língua, que um carro atropelou uma senhora e não parou para socorrê-la; ele então parou o carro, tirou a camisa, enrolou na cabeça da senhora, e não esperou a ambulância, pois talvez não desse tempo de salvar aquela senhora. Resultado, ele a salvou, independente das consequências que isso poderia ter causado, o coração dele sempre foi muito maior que a razão.

Esse é o meu pai, o cara que nunca foi um doutor, nunca fez nenhuma grande invenção, nunca foi famoso ou importante perante a maioria das pessoas, trabalhava numa loja de materiais de construção, carregava sacos de cimento nas costas, vivia sujo e machucado por conta dessa dura profissão por muitos anos; o mesmo cara que quando ia buscar eu e meu irmão na escola, parava o carro na esquina, com medo que tivéssemos vergonha dele.

O que ele não sabia, é que ele sempre foi o nosso super herói, o cara que você pode contar a qualquer dia e qualquer hora, e que NUNCA tivemos vergonha, um dia sequer. Tivemos e temos pra sempre, muito orgulho de sermos "filhinhos do papai", ao contrário de tantos filhos que não tem a mesma sorte que eu e meu irmão tivemos. Eu nunca vou renegar você meu pai, ser teu filho pra mim nunca será ofensa alguma, é uma das maiores honras que tenho na vida: ser filho do meu pai!


0 comentários:

Postar um comentário