terça-feira, 26 de fevereiro de 2013
A morte
Às vezes pensamos que ainda temos todo o tempo do mundo, que amanhã acordaremos com saúde para viver mais um dia, recomeçar de onde paramos, continuar buscando nossas metas, curtindo, sentindo, experimentando. Parece que tudo estará igual, que nada vai mudar, que as pessoas que amamos estarão conosco, dividindo todos os momentos. Até que o algo muda tudo, e vira nosso mundo de cabeça para baixo. De repente: A morte.
Apesar de uma das únicas certezas que temos na vida ser que todos iremos morrer um dia, a morte é sempre algo inesperado. A morte não manda recados, simplesmente acontece, sem avisar. Por mais maduros que sejamos, ninguém nunca está pronto para ver o outro partir, ainda mais alguém que amamos tanto. Mistura dor, angústia, medo, tristeza, melancolia, depressão, nostalgia, saudade, entre outras coisas.
A morte sempre nos choca, independente da idade e das condições de quem morre; criança, jovem, adulto e idoso, não importa, se alguém deixa de viver, sempre nos causará uma estranheza difícil até de explicar. Custamos a acreditar que alguém que viveu por tanto tempo perto de nós, tenha partido. Como assim morreu? Morreu como? Tem certeza que está morto?
É comum e rotineiro pessoas imaginarem que seus entes queridos estejam vivos, apenas desmaiados ou dormindo, após a confirmação do óbito. Alguns tentam acreditar que estão em um pesadelo, onde tudo não passa de um sonho bem ruim, mas passageiro, e que em algumas horas de sono, tudo aquilo será apenas um susto e as coisas voltarão ao normal; até que as horas passam, e nada daquilo acaba. A angústia vai tomando conta. Só de se falar em morte, ficamos angustiados; a verdade é que quase nenhum de nós tem qualquer preparo para encarar a morte.
Não quero aqui compactuar com idéia de que devemos ficar pensando na morte, mas também não ignorar que um dia isso pode e vai acontecer, com cada ser que hoje vive. Não é uma possibilidade, é uma certeza. Saber que um dia a morte vai chegar, não nos faz deprimidos e sim, agradecidos por mais um dia. Nos faz valorizar cada situação, e ligar cada vez menos para problemas que nenhuma importância tem, se comparados à morte. Todos nós já perdemos pessoas que amamos, alguns se recuperam mais rápido, outros demoram um pouco mais, mas a vida continua!
Lembro de uma história verídica, onde uma mulher perdeu a mãe, e chorava por anos essa morte, inconsolável, e abriu mão de recomeçar a vida, não se importava mais com nada, apenas lamentava a morte dessa mãe. Certo dia, seu filho acabou falecendo também, e só aí ela se deu conta que, enquanto ela chorava a morte da mãe, por anos e mais anos, deixou de viver maravilhosos momentos na companhia de seu filho. E após a morte do filho, ela viveu sim a sua fase de luto, mas passou a usufruir e aproveitar mais as pessoas que ainda estão com ela, em sua vida.
E será mesmo que a morte é o fim pra quem parte?
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