quinta-feira, 12 de janeiro de 2012
A Capivara
Sempre vejo ela, se escondendo, atenta para escapar de qualquer perigo. Seu grupo todo foi capturado, e levado para um lugar distante. Ela ficou, mas a impressão nítida que dá, é que se ela pudesse, ela teria ido junto. A pobre Capivara ficou solitária, naqueles campos enormes, cercada de várias espécies das quais ela não consegue se agrupar, ou mesmo, conviver.
Alguns cismam em dizer que bichos não tem sentimentos, mas basta olhar para ela, que dá para ver nos olhos dela, uma tristeza enorme. Mando cascas e sobras do milho para perto dela, pois sei que aquilo lhe traz alguns momentos de felicidade. Porém sinto que por mais que abrande a tristeza, nada consegue tirá-la daquela dor. Ela vive no paraíso, tem o ambiente que sempre quis, mas falta companhia para compartilhar aquilo.
Ainda assim, ela é uma das atrações do local. Todos estão preocupados em tirar uma foto dela, de mostrar para as crianças o animal diferente que ela é, e sempre acuada, a Capivara se esconde e tenta fugir de todos, não interage com ninguém. Mas também, ninguém se dá conta, ninguém vê. Pensando a fundo, torço para ela fugir de lá ou torço para ela morrer. Aquilo ali não é vida para ela, desejo que ela se liberte de um sofrimento que parece sem fim.
Tomara que você se livre da "cela solitária" de luxo onde você se encontra Capivara. Enquanto você estiver por lá, com as sobras do meu milho, você pode contar minha amiga. Nade no lago, role na grama, tente achar alguma razão para viver. Fica meu carinho e minha torcida por você!
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