Anderson Silva, Vitor Belfort, Júnior Cigano, José Aldo, etc, nomes que tem se tornado bastante conhecidos nos últimos tempos, todos ídolos nacionais e mundias. Superprodução, evento que faz enorme sucesso em todo o mundo. Estava lendo uma matéria sobre UFC (Ultimate Fighting Championship), onde se especulava que, em cerca de 10 anos, este se tornará o esporte mais popular no Brasil e no mundo, superando inclusive o futebol. Confesso que, apesar de assistir à algumas lutas, fico um pouco receoso com o sucesso do novo esporte. Por quê?
Para explicar, darei um exemplo do futebol, meu esporte preferido. Quando um jogador de futebol se machuca em algum lance de jogo ou sofre uma falta dura, dizemos que houve uma fatalidade, se machucou sem intenção, "acidente de trabalho", como dizem, certo? Pois é meus caros, no UFC, sair ferido e machucado é o esporte, o objetivo é nocautear o adversário. Vencedor e perdedor se agridem, até um não aguentar e desistir da luta.
O que mais me chama a atenção é o público, que grita eufórico a cada soco, a cada chute, e segue o coro de "Uh, vai morrer, mata, mata". E então, ouve-se o narrador dizer o novo bordão do momento: "Gladiadores do terceiro milênio". Para quem não se lembra, gladiadores eram lutadores escravos treinados na Roma Antiga, e se enfrentavam para entreter o público, e o duelo só terminava quando um deles morria, ficava desarmado ou ferido sem poder combater.
Eu sei que nossos lutadores são em sua grande maioria, além de ótimos profissionais, excelentes exemplos de pessoa, de ser humano, ensinam bons valores, incentivam bons costumes fora dos rings, isso fica nítido nas entrevistas fora do campo de luta. Porém, imagine os alunos de uma escola, resolvendo imitar um desses lutadores na hora do recreio? Falando nisso, lembro da minha época de estudante, e certo dia alguns colegas de classe começaram a incentivar a briga de dois outros colegas, que nada tinham um contra o outro. Cercaram os dois na rua, fazendo um círculo, e empurraram um contra o outro, até que eles começassem a lutar e se agredir. Lembro como se fosse hoje, que os que assistiam, vibravam com a cena, rindo e achando aquilo divertido, enquanto eu e alguns amigos, tentávamos acabar com a briga. Só acabou a confusão, quando ambos já estavam machucados, sangrando.
Por isso, eu penso que por mais que os lutadores do esporte não queiram incentivar a violência, queiram tratar isso apenas profissionalmente, dentro do octógono, acabam influenciando a cabeça da nossa juventude, da nossa criançada. Na minha cabeça, violência é violência, seja ela na vida profissional ou em sua vida pessoal. O objetivo do esporte é torcer, diversão. Eu confesso que assisto a lutas, mas com outro olhar, quero saber o que as pessoas sentem, quero ver como todos se comportam, e a cada vez que eu vejo lutadores se arrebentando, me dá um embrulho no estômago, exatamente igual ao que tive quando via meus colegas de escola brigando.
Para mim, após uma luta, todos saem perdendo, inclusive os vencedores do confronto. Deixando claro que esta é a minha opinião pessoal, e respeito a opinião de cada um que visita esse espaço. Até peço que vocês comentem e opinem se puderem. E você, acha normal a violência do UFC, é apenas um esporte, como outro qualquer? Boa reflexão, e até a próxima!