segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

Eu cheguei em frente ao portão


"Eu cheguei em frente ao portão
Meu cachorro me sorriu latindo
Minhas malas coloquei no chão
Eu voltei

Tudo estava igual como era antes
Quase nada se modificou
Acho que só eu mesmo mudei
E voltei..."

Sempre que leio essas palavras de Roberto Carlos e Erasmo Carlos, eu penso que será difícil que um dia, eu escreva algo tão profundo quanto esses versos. A letra inteira da música é fantástica, e sempre me emociona. Eu sei que mais uma vez, depois de tanto tempo, eu cheguei em frente ao portão e o meu cachorro me sorriu latindo, com aquele rabo abanando com força. Ainda bem que eu estava de óculos escuros, para esconder os meus olhos marejados, e as lágrimas que não consegui conter.

Que sensação incrível é voltar para casa, mesmo que de passagem. Ver tudo que eu deixei para trás, quase intacto, meu quarto ainda da forma como deixei. Sentir o acolhimento da família, estar perto das pessoas que tanto amo. Parece que não é nada demais estar com a família completa para pessoas que vivem isso todo dia; não para mim! Tudo me traz lembranças - uma foto, uma cena rotineira de família, um livro, um quadro, o meu cachorro uivando toda vez que passa o "carro da pamonha".

Estou feliz e realizado em minha nova vida, porém voltar e ver tudo assim, do jeitinho que sempre foi, as vezes me faz chorar bastante, quieto, no meu canto. Vejo que são etapas, onde vamos avançando e seguindo em frente. Fica a felicidade do presente, e a saudade do passado. Voltar ao passado é importante, as vezes, pois nos traz a mente de onde viemos, relembra nossos costumes, nossas crenças e valores. É importante não esquecer de onde viemos, nos faz voltar ao presente, à nossa vida atual, com força e vontade.

Lembre-se bem de onde você veio, não se esqueça das coisas boas que você aprendeu no seu passado. Procure não fugir muito da sua essência, não se deixar levar pelo sucesso, pelo egoísmo, pela ambição, pela rotina acelerada. Meu cachorro é um exemplo para mim, pois posso chegar a hora que for, o dia que for, depois de dias, meses, anos, até acordá-lo de madrugada, e lá estará ele, sacudindo seu rabo e latindo feliz pela minha chegada. Não tem preço reviver isso, de novo, e de novo, quantas vezes puder!

1 comentários:

Cibele disse...

Concerteza voltar para o lugar onde passei minha infância é como voltar no tempo e ver tudo em câmera lenta. A casa que eu morava não existe mas as pessoas que gosto ainda moram por lá.

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