quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

Poderia ser meu filho


Um grupo grande de crianças brincando, no passeio da escola. Aquela gritaria de costume, corre pra cá e pra lá. Nossa, que bagunça boa, apesar da paciência necessária para dar conta. Parecia a hora do recreio, como antigamente, na época que eu era criança e aluno das escolas por onde passei. Mas um garoto destoava daquele grupo e adivinha em quem eu prestei atenção?

Aquele menino estava deslocado, ninguém se dava conta, mas ele estava. Eu não resisti e tive que ir conversar com o rapazinho. Ele era bem simpático, beirava os seus 10 anos, bonezinho na cabeça, arrumadinho...me lembrava um pouco até um menino que eu conhecia bem, aqueleeeee, que um dia fui eu. Logo perguntei a ele por que todos foram andar de pedalinho no lago, e ele não. Ele sorriu meio sem graça, e disse que tinha medo, e as professoras não estavam lá. Na verdade, acredito que os outros tinham dinheiro, e ele não, mas tava ele lá, alegre, olhando tudo.

Bati um papo bom com aquele moleque, que mais parecia um adulto em corpo de criança. Você via maturidade, bondade nos olhos daquele garoto, e o mais importante de tudo, via inocência apesar de tudo. Sabe aquele tipo de criança que te faz acreditar que o mundo vai ser um lugar melhor um dia? Pois é, foi o que esse menino me fez sentir! Olhei bem para ele, imaginando que um dia, eu queria ter um filho como aquele garoto, que seria uma honra enorme ter uma criança abençoada daquela, em minha família.

Só sei que vivo muitas experiências maravilhosas por prestar atenção nas pessoas. A felicidade está na simplicidade das coisas, em cada gesto, em cada olhar. Perdemos tempo demais com futilidades, com assuntos que não levam a lugar nenhum, e deixamos passar despercebido muitas vezes, coisas importantes e relevantes.

Na hora de ir embora, o garoto deixou o grupo para trás, e veio até mim, dizendo: "moço, foi legal conversar com você, um dia eu volto aqui, tá legal?", apertou minha mão e eu não resisti, mandei o moleque escolher um chiclete por minha conta. Ele foi embora feliz da vida...não mais feliz do que eu, que tive o prazer enorme de conhecê-lo!

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